Farol #21 – E se o mundo tivesse um único supercontinente, todo conectado?
Inspirados em Pangeia, vamos lançar um guia que vai trazer mais de 100 histórias de impacto socioambiental de empresas do setor de alimentos e bebidas da Europa e da América Latina
Você sabia que, se cada assinante da Farol contribuísse mensalmente com R$ 25, A Economia B poderia operar exclusivamente a partir dessa receita e nós poderíamos ampliar a equipe, investir em matérias investigativas e tirar muitas novas ideias do papel?
Se esse valor não pesa para você e nosso trabalho te ajuda, diverte, ensina e/ou faz pensar, considere nos apoiar. O jornalismo independente precisa muito do apoio de sua audiência para seguir em frente.
Editorial
Sabe aquela brincadeira de perguntar a uma pessoa se ela preferiria viajar para o futuro ou para o passado?
Para mim, a resposta é muito simples. E não tem a ver só com o tempo, mas, principalmente, com o espaço.
Eu responderia que queria voltar ao passado. A um passado BEM longínquo: uns 200 milhões de anos atrás. Simplesmente porque me fascina a ideia de viver em Pangeia, um supercontinente único que existiu na Terra até o final do período Triássico, antes de começar a se fragmentar no Jurássico...
É claro que eu sei que não é porque o mundo todo estaria “conectado” que seria fácil ir e vir, e que obviamente a experiência não teria absolutamente nada a ver com a vida na Terra hoje. Mas gosto de pensar que se as placas tectônicas não tivessem se separado o mundo não seria apenas fisicamente conectado, mas também estaria mais unido em questões importantes como a ação climática e o combate às desigualdades sociais.
Como todo esse papo é apenas uma viagem minha, buscamos formas de conectar as pessoas, empresas e ideias em que acreditamos por meio do nosso trabalho em A Economia B. 🙂
O Estudo B #7 nasce justamente com esse propósito.
O novo relatório da nossa série Estudos B será um guia de inovação, tendências e histórias de impacto do setor de alimentos e bebidas na América Latina (de onde viemos – e para onde sempre olhamos) e Europa (onde parte do nosso time mora).
Neste momento, estamos fazendo a curadoria das histórias que vão entrar no Estudo. Em poucas semanas de muito trabalho, analisamos centenas de empresas e descobrimos MUITAS iniciativas incríveis (e também já reviramos os olhos para algumas outras, é verdade). A ideia é que, ao fim, tenhamos pelo menos 100 empresas com suas histórias contadas. Nosso objetivo é inspirar organizações dos dois lados do oceano a se engajarem em pautas socioambientais.
No início desta semana, esse projeto ganhou um parceiro de peso: Leonardo Lima, CEO da consultoria Dreams & Purpose, alguém que conhece o setor de alimentos e bebidas como poucos, e que vai trazer toda a sua experiência para as páginas desse Estudo B.
A Dreams & Purpose é a primeira marca a apoiar financeiramente a publicação do Estudo B #7. Aliás, o anúncio que o Léo fez no LinkedIn repercutiu bastante. Nós criamos um plano de patrocínio para marcas que querem fazer parte dessa história.
Se você tem interesse em trazer sua marca para esse estudo inédito que vai conectar o Sul e o Norte Global por meio de histórias de impacto no setor de alimentos e bebidas, me escreve (natasha@aeconomiab.com)! Aqui você pode conhecer as 6 edições que já publicamos de nossa série Estudos B.
Natasha Schiebel
Diretora de Conteúdo A Economia B
PS: Se quiser fazer algum comentário, dar uma sugestão de pauta ou só trocar uma ideia, fique à vontade para escrever pra gente: natasha@aeconomiab.com
*Farol é a newsletter d’A Economia B.
Anteriormente, na Farol…
💡Farol #20 O que o Capitão Planeta tem a ver com ciência comportamental?
💡Farol #19 John Elkington: “É preciso redesenhar os mercados e moldar o que as empresas fazem”
Você sabia que…
… hoje (01/08) é o Dia da Sobrecarga da Terra?
Isso significa que nos primeiros sete meses de 2024, a humanidade consumiu mais recursos do que os ecossistemas do nosso planeta conseguem regenerar em um ano. Portanto, tudo o que for produzido e consumido daqui até o fim do ano, terá sido “emprestado” das gerações futuras.
As consequências do consumo ecológico excessivo são evidentes no desmatamento, na erosão do solo, na perda de biodiversidade e no acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, que leva a eventos climáticos extremos mais frequentes e à redução da produção de alimentos. Ou seja, o Dia da Sobrecarga na Terra impacta nossa vida das mais variadas formas.
As histórias que contamos em A Economia B mostram que é possível reverter esse cenário, e que o setor privado é um agente importante nesse processo. O que sua empresa tem feito para #moveradata?
Empresas que são forças para o bem
Como construir uma cultura ESG a partir da Agenda 2030
A Patrus Transportes despertou nossa atenção editorial inicialmente por seu Relatório de Sustentabilidade.
O documento é estruturado a partir da Agenda 2030 e todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são contemplados por uma ou várias ações. “Temos uma matriz de materialidade e prioridade. Alguns ODS casam mais com nosso negócio, aí estudamos como a força da empresa pode nos ajudar a trabalhar em prol deles de forma mais efetiva”, resume Vinicius Braga, Gerente de Saúde, Segurança e Sustentabilidade da Patrus.
Os indicadores ESG que a empresa monitora seguem as normas da Global Reporting Initiative (GRI), organização internacional independente que ajuda empresas a assumirem responsabilidade pelo seu impacto econômico, ambiental e social. Vinicius conta que as métricas ESG são acompanhadas com a mesma importância que os financeiros. Inclusive, na matriz da empresa há um painel de controle, monitorado em tempo real.
Entre os mais de 200 indicadores monitorados, estão: emissão de CO2, geração de resíduos, destinação dos resíduos, métricas de voluntariado e dos projetos sociais.
Essa história é importante porque mostra como uma empresa que não foi pensada para ser um negócio de impacto pode desenvolver uma cultura de impacto própria.
Leia esta reportagem e saiba mais.
Pensamentos que iluminam e ecoam
“Parece bobo, mas muitas empresas não têm política de relacionamento com a comunidade, com universidades, com governos e não têm políticas de bem-estar. A boa notícia é que a ausência traz oportunidades. Quando, enquanto empresa, estou conversando com vários públicos de interesse, com instituições que têm poder de influência e influenciam meu negócio, tenho vários tipos de oportunidade de melhorias.”
Hildengard Allgaier, consultora de sustentabilidade
Vale a pena ler de novo
O capitalismo de stakeholders e o Darwinismo empresarial
A nova dinâmica nos negócios que buscamos apresentar a cada história publicada em A Economia B tem muito a ver com menos afagos a acionistas e altos executivos e mais preocupação com as pessoas que tocam o dia a dia da organização, com fornecedores, com a comunidade e com o meio ambiente.
É nesse contexto que o capitalismo de stakeholder ganha popularidade e mostra que novos tempos exigem novas formas de fazer negócios. A constatação de que uma visão interdependente está ligada não somente a criar diferenciais competitivos, mas à própria sobrevivência de um negócio, aos poucos vai sendo assimilada.
Neste artigo, explicamos o que isso significa e revelamos como mapear stakeholders pode ajudar a promover a inovação.
Deu n’A Economia B
🌬️ Adaptação climática na prática: os pontos de ônibus climatizados de Madri
Sistema em teste em pontos de ônibus da capital espanhola pode reduzir a temperatura do ar em até 9°C utilizando resfriamento evaporativo
🌡️ Causas e consequências das mudanças climáticas e o progresso do ODS 13
O aumento da intensidade e frequência de eventos meteorológicos extremos, resultado direto das mudanças climáticas, deixa claro que essa não é uma crise futura, mas uma realidade que já afeta a vida de milhares de pessoas em todo o mundo e exige atenção imediata. Essa é justamente a missão do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 da Agenda 2030: tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos
🍃 Economia verde tem recorde de investimentos e crescimento acelerado
Estudo elaborado pelo London Stock Exchange Group revela que a economia verde global atingiu a marca de US$7,2 trilhões de capitalização de mercado no primeiro trimestre de 2024, tornando-se o segundo setor com melhor desempenho mundial na última década, atrás apenas do setor de tecnologia
🇧🇷 Brasil e Estados Unidos estabelecem parceria para enfrentar desafios climáticos 🇺🇸
Acordo bilateral “Parceria pelo Clima” abrange temas como financiamento climático e biodiversidade, mercados de carbono, energia renovável e reforma dos organismos multilaterais
💡 Como reduzir a demanda energética na Indústria, Construção e Transporte
Construção, Indústria e Transporte representam juntos 94% da demanda energética global. Estudo revela que, por meio de ações simples, é possível reduzir em 31% o consumo de energia desses setores, gerar economias anuais de até US$ 2 trilhões e ajudar a mitigar a crise climática
Farol Recomenda
Calculadora de carbono ClimateHero
Existe uma frase célebre atribuída a William Edwards Deming, estudioso dos processos produtivos, que diz que o que não é medido, não pode ser gerenciado.
No contexto do controle das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e do nosso papel – individual e coletivo – no enfrentamento das mudanças climáticas, ela não poderia ser mais verdadeira.
Você já parou para refletir sobre sua pegada de carbono? Se ainda não, a calculadora da ClimateHero pode te ajudar nesse processo.
O teste é bem simples e pode ser feito em cerca de cinco minutos. As perguntas estão divididas em três seções – Habitação, Viagem e Consumo – e nos ajudam a (re)pensar atitudes cotidianas que podem impactar muito mais do que as nossas vidas pessoais…
PS: Se ao acessar o site o conteúdo estiver em inglês, basta acessar o ícone do globo no canto superior direito para mudar para português.
[Podcast] Olimpíadas de Paris – Tortinha de climão #37
Você já deve ter lido por aí que o governo francês tem o objetivo de entregar a Olimpíada mais sustentável da história. Mas será que isso é suficiente para os Jogos Olímpicos de Paris serem considerados “verde”?
Para responder essa pergunta, é preciso, antes de mais nada, entender as emissões de um megaevento como esse.
É isso que a física Marina Monteiro faz neste episódio do podcast Tortinha de Climão (que eu adoro!).
A partir de dados das Olimpíadas do Rio, Marina esclarece pontos importantes nesse debate, comenta as promessas do Comitê Olímpico Internacional e fala sobre os problemas de emissões nas Olimpíadas.
Relatório de sustentabilidade da Nude.
Um dos artigos mais lidos em A Economia B é este, sobre boas práticas em relatórios de sustentabilidade.
Agora que estamos produzindo um Estudo B novo, que tem os relatórios de sustentabilidade das empresas do setor de alimentos e bebidas como uma das fontes de informação base para a análise das histórias, entendo por que tanta gente lê este artigo diariamente. :)
A verdade é que há muito relatório de sustentabilidade que pouco informa, pouco diz, valoriza demais iniciativas minúsculas (que mereciam um troféu “parabéns, não fez mais do que a sua obrigação”) e até beira o greenwashing.
Então, organizações realmente engajadas em pautas ESG precisam encontrar caminhos para comunicar suas iniciativas de forma clara, eficiente e, acima de tudo, genuína.
A Nude. é uma empresa B brasileira que domina essa arte. Os relatórios dessa foodtech que desenvolve alimentos a partir da aveia são originais, criativos e trazem informações relevantes e importantes.
Aliás, se você precisar de apoio para criar a narrativa do seu relatório de sustentabilidade, conte com a gente. Para entender como podemos trabalhar juntos, é só me escrever – natasha@aeconomiab.com
Para seguir pensando
[via Gama] Entenda a relação entre a sua comida e a crise climática
[via ClimaInfo] Azerbaijão lança fundo climático e pede doações a países petroleiros
[via Reset] Somente o “E” do ESG não tornará o Brasil sustentável
[via The Verge] Puerto Rico files $1 billion suit against fossil fuel companies
[via Raconteur] Why CFOs are now responsible for climate reporting
[via Euronews] G20 countries agree on Brazil’s tax on super-rich – and it could help fight climate change
[via The Progress Playbook] How Oslo is building a cleaner city using its ‘climate budget’
A publicação de notícias sobre empresas não representa endosso às marcas citadas. Nossa tarefa é reportar iniciativas e fatos que podem de alguma forma inspirar melhorias no seu negócio, na sua carreira ou no seu dia a dia.
A Farol da Economia Regenerativa condena práticas como greenwashing, socialwashing, diversitywashing e wellbeing washing. As informações compartilhadas aqui passam por um processo de checagem feito pelo nosso time de jornalistas, porém, sabemos que muitas vezes à primeira vista pode não ser fácil distinguir iniciativas legítimas de tentativas de greenwashing, por exemplo. Caso você acredite que algo não deveria estar aqui, fique à vontade para nos procurar.